Lado K

Aquele lado do Karamba, do Kct e "K"etc., que assim como vocês, eu também tenho.

domingo, março 12, 2006

.:: TUDO ACONTECE EM RUNAWAYTOWN ::. Capítulo 13 – Só Porque Jim Existe

Não havia constrangimentos no prédio de Orlando. O porteiro não ligava para os visitantes que entravam com os moradores, talvez por causa do circuito interno de TV, mas, bem, eu evitava olhar para as câmeras.
Ficamos por um longo tempo na sacada do apartamento, contando histórias de vida enquanto observávamos a paisagem tranqüila. Tudo parecia um sonho distante, um casal de namorados, embora soubéssemos que uma realidade não muito generosa nos aguardava além das fronteiras da cidade dos fugitivos. Apesar disso eu não pensava que traía Jim, talvez ele até merecesse que eu me distraísse com outro cara, afinal, ele simplesmente foi para Kentucky e me deixou a ver navios sem nenhuma explicação.
Orlando sugeriu que eu embarcasse Melissa para Nashville e ficasse no apartamento dele por mais alguns dias. É claro que eu não poderia e não deixei que ele me convencesse do contrário. Minha carreira exigia cuidados. Eu era uma cantora iniciante e teria que ser cuidadosa quanto às minhas agendas, e acima de tudo, deveria cuidar da minha imagem e viver o que eu acreditava ser o certo. Acho que no fundo, ele também sabia que não poderia fugir do trabalho por mais tempo.
Quando anoiteceu, estávamos sentados no sofá espaçoso e macio da sala de estar, mas a programação da MTV não parecia muito interessante para Orli. Percebi que ele se aproximava de mim aos poucos, até quando começou a afagar meus cabelos. Eu tentava me concentrar nos videoclipes, nos comerciais, mas ao sentir seu rosto se aproximando do meu, fui me desligando involuntariamente do que assistia, e logo tudo não passava de cores vagas e sons distantes. Fechei os olhos.
O cheiro de Orlando me embriagava, e logo seus lábios finos e perfeitos que apenas roçavam em meu rosto acabaram por encontrar minha boca. Beijos macios, demorados, insaciáveis. O tempo, o espaço e as circunstâncias desapareceram. Instantes depois, Orli pressionou levemente seu corpo por cima do meu enquanto beijava meu pescoço e ia descendo lentamente em direção a minha barriga... Suas mãos, eu já não sabia exatamente onde estavam, mas corriam desenfreadas pelas curvas do meu corpo. Eu não conseguia pensar em nada, mas o descontrole era mútuo e parecia que tudo o que eu tentara sustentar através das minhas palavras durante todo o dia perdia-se naquele momento de loucura e excitação.
Despertei do meu torpor quando percebi as mãos de Orli tentando abrir minha calça. Não, eu não poderia ir mais longe, mesmo que eu quisesse. Com uma coragem inesperada, segurei suas mãos e sussurrei:
- Querido... Acho que é melhor parar por aqui.
Ele me lançou um olhar desesperado, suplicante, contrariado:
- Não, linda... Por favor, vamos terminar isso...
- Desculpe, amor... Mas infelizmente não posso ir além. Por favor, não insista...
Era difícil resistir a Orlando, mas eu tinha de fazê-lo. Abracei-o, beijando seus cabelos e aconchegando sua cabeça em meu peito nu. Ele sussurrava, inconformado:
- Por que eu não posso tê-la, querida? Me dê uma boa razão... Por que chegamos a esse ponto e não podemos ir em frente?
- Porque... James e Kate existem... Ainda estamos presos a eles, queira ou não. Eles ainda nos esperam, para uma reconciliação ou um fim.
Quando disse isso, ele olhou nos meus olhos e disse:
- Eu não me importaria em terminar com Kate... Desde que fosse para ficar com você.
- Talvez ainda exista sentimento, Orli – respondi devolvendo o olhar – Mas se tudo fosse diferente... Eu também não me importaria nenhum pouquinho.
Ah se a realidade fosse tão simples quanto quiséssemos que fosse... Mas nos separaríamos em breve. Seria um mal necessário e um destino do qual não podíamos fugir.

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