Lado K

Aquele lado do Karamba, do Kct e "K"etc., que assim como vocês, eu também tenho.

domingo, fevereiro 19, 2006

.:: TUDO ACONTECE EM RUNAWAYTOWN ::. Capítulo 7 - Flagrados

Acordei cedo no dia seguinte. Fui com Melissa ao sermão de domingo da Christian Church of Inglewood, na Florence Avenue, e assim que voltamos para casa, Orlando ligou. O passeio ao Beverly Center ficou marcado para segunda feira às cinco da tarde. Não satisfeito, ele me convidou para conhecer seu apartamento ainda naquela tarde, mas recusei delicadamente, alegando estar esperando uma ligação importante de Nashville. Senti pena dele, pois devia estar se sentindo muito só, mas infelizmente eu não poderia estar ao seu lado toda hora. Quando anoiteceu, fui para o quarto assistir televisão, e adormeci pouco tempo depois.
No dia seguinte, acordei um pouco atordoada. Sonhara com Jim chegando à minha porta, e logo que eu a abria, ele virava as costas e ia embora sem dizer nada, me deixando em prantos. Pensei em Orlando para espantar o breve mal estar.
Ao meio dia, chegou uma encomenda de Nashville na portaria. Mark mandara quatro CDs e um bilhete dizendo que ligaria naquele dia à noite. “Sinto muito” – pensei – “mas hoje, só amanhã!”
Às quatro e cinquenta da tarde eu já estava arrumada. Nem mexi no cabelo, e optei por trajar um vestido preto com detalhes prateados na barra, presente de Jim. Cinco minutos depois, o interfone tocou. Era o porteiro anunciando que Orlando já chegara.
Ele estava impecável de terno, e se espantou que eu tivesse sido pontual. Caminhamos para o carro, uma Hilux blindada, de cor preta, e logo partimos em direção a Beverly Hills.
- Curte Ben Harper? – perguntou Orli, assim que manobrou a caminhonete. Acenei que sim, e ele conectou seu iPod ao som do carro, enquanto acelerava rumo ao norte na Normandie Avenue. Seguimos ouvindo Diamonds On The Inside.
Pouco mais de vinte minutos depois, chegamos ao Beverly Center, um imponente prédio de oito andares e fachada arredondada. Orli estacionou no subterrâneo e fomos de elevador até o primeiro piso, em frente à Macy’s Men Store. Na vitrine, havia um manequim com um sobretudo semelhante ao de Orlando, por 900 dólares, na promoção. Me senti numa espécie de Daslu, mas sem a aversão que o nome desta última me provoca.
Entramos no Hard Rock Café, e como Orlando previra, fiquei encantada. Instrumentos e outros apetrechos de músicos famosos me chamavam a atenção, e como qualquer pessoa da indústria da música, eu me senti em casa. Pedimos Veggie Burger e vinho Brancott, pois sair do Hard Rock Café sem comer nada seria um pecado. E ainda havia mais sete andares e outros restaurantes para visitar. Depois de uma hora e meia, saímos. Orli aproveitara para comprar um par de óculos escuros e eu comprei uma réplica em miniatura do baixo de Lonnie Chapin.
O Beverly Center é uma experiência para dias, não para uma rápida visita. E como não tínhamos muito tempo disponível, percorremos os demais andares em apenas duas horas. Quando chegamos ao oitavo andar, fomos ao “The Great Steak & Potato Company”. O nome é quase um palavrão, mas é um ótimo restaurante. Como Orlando reservara uma mesa VIP antecipadamente, o gerente nos indicou a ala de espera onde sentados em um sofá de veludo marrom, escolhemos o prato e aguardamos até que a mesa estivesse posta. E foi ali que um fato inesperado aconteceu.Orlando acabara de contar uma piada que ouvira nos bastidores de Cruzada. Ele já nem achava mais graça, mas eu quase chorei de rir. Enquanto tentava me refazer, Orli procurava com o gerente com o olhar para dizer que o prato estava demorando, e foi então que alguém passou com uma câmera, lentes viradas para o nosso lado. Não vimos nenhum flash, mas logo fiquei séria e cutuquei Orlando. “Não acho difícil que tenham nos fotografado”, ele disse com um olhar preocupado. E eu só pensei uma coisa: “To ferrada”.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial