Lado K

Aquele lado do Karamba, do Kct e "K"etc., que assim como vocês, eu também tenho.

domingo, março 11, 2007

>> Amante Por Acidente << Parte 07 - E Então...

E assim o tempo foi passando e eu me conformei. Aos poucos fui limpando meu coraçãozinho e me descobri ainda uma pessoa devotada ao "santinho". No final do terceiro mês, fomos à uma super festa de uns conhecidos nossos. Eu cheguei primeiro e fui dançar na pista, até que com um pouco de atraso ele chegou e me deu um abraço arrebatador. Eu estava linda, e percebi a decepção em alguns olhares masculinos quando ele foi dançar comigo e me beijou. Foi um dos melhores dias da nossa história, talvez o dia em que a gente começou a tomar o nosso rumo de verdade.
O fantasma foi sumindo aos poucos. Parecia que o nosso círculo estava se fechando. Não foi fácil em alguns dias beijá-lo e pensar o que ele iria fazer depois daquilo, mas até que ele começou a ser convincente. Foi um super ajudador em várias situaçãoes, e mais do que qualquer coisa, o que vimos crescer foi uma grande amizade, que até já existia mas não era num nível tão bom. As coisas começaram a aliviar na faculdade e no trabalho, então tivemos mais tempo para dar atenção um ao outro, nos conhecer melhor, sair pra conversar e deixar os amassos para um segundo plano. Foi assim que no quarto mês eu achei que só faltava mesmo a gente começar a se ajustar para talvez assumir alguma coisa séria. Sentamos e conversamos, e resolvemos deixar rolar.
Por enquanto, a gente não se desgruda. Fico feliz quando ele me liga e conta todo o seu dia, quando ele diz que me adora, quando depende de mim, quando percebo que ele não quer me deixar ir. Perdi o medo de me achar oferecida, perdi o medo de dizer que sinto saudades. Tenho certeza de que tudo mudou e que pertencemos somente a nós mesmos. Mais do que isso, só o tempo vai dizer, quem sabe um belo dia desses...

sexta-feira, março 09, 2007

>> Amante Por Acidente << Parte 06 - Odiável, Mas Fui Eu Quem Escolhi Assim...

"Eu estou no ônibus... tô indo pra casa, não estou muito bem, é sobre um cara, mas fica tranquilo, amanhã a gente conversa..." Eu tinha de contar, mesmo que não fosse tudo. No dia seguinte contei e ele tirou sarro de mim. Natural, como quase tudo entre nós, o caso virou piada, mas notei uma ponta de ciúme do rapaz. Isso não era ruim se fosse de verdade.
E assim as coisas foram se ajustando, mas no fundo eu me odiava por tudo o que acontecia. Não importava o lance com o amigo, o que eu não me conformava era que eu havia dado outra chance ao meu infame judas. Eu havia planejado tudo durante duas semanas inteiras, e na hora H as coisas mudaram de cenário. Ah como eu queria voltar ao tempo que não o conhecia... Maldito o dia em que eu o vi na minha frente, maldita a hora do mesmo dia em que eu puxei conversa com ele, maldito o dia em que eu o olhei de um modo diferente, maledizione, maledizione, maledizione! Mas agora eu teria que me aguentar, eu não sabia porque ainda estava com ele, mas foi o que eu escolhi.
Dois meses, e tudo o que eu sentia estava no ralo. Para trazer tudo de volta, não seria na primeira semana e nem seria fácil. Por isso mesmo resolvi não descobrir mais nada, calei as fontes e segui em frente.
Não era comum termos tempo para falar de nós mesmos. Eu tinha minhas tarefas, o trabalho e a faculdade, e ele tinha lá suas coisas que eu preferia não saber direito o que eram, bem, ele dizia que era trabalho. O estranho era que éramos tão íntimos e ao mesmo tempo tão distantes, mas sabe-se lá porque, era bom estarmos juntos, e quando não nos víamos eu sentia falta. Senti vontade de sair com outros caras só pra me vingar, afinal, beijar outro cara só uma vez ia ser só a continha da vingança... É o engraçado é que quando a gente está tentando se concentrar em uma pessoa só, não faltam propostas para nos desviar do foco. Mas resisti, dispensei os convites e ignorei as cantadas, afinal, eu devia aceitar meu destino.