Lado K

Aquele lado do Karamba, do Kct e "K"etc., que assim como vocês, eu também tenho.

segunda-feira, novembro 28, 2005

In Natura

Due...
Como Tristão e Isolda
Duas vidas, um destino
Unidos apenas por alguns momentos
Uma vida, dois destinos
Divididos pelo martírio da escolha
A força interna do amor que nasce
A força externa da razão que reprime
A dor da renúncia
A ferida aberta que não sangra
O sangue que escorre de onde a ferida já fechou
A luta pela sobrevivência
A algo que não tem chance de existir
Futuro natimorto
Violentado pela ditadura da circunstância
No mar das lágrimas a dor se reproduz
Levando e trazendo ondas de lembranças
O sal do desespero que castiga
E o sol que faz definhar
O navio da esperança que não chega
A areia da tristeza que cega
O ódio que se aproxima
A vida que quer se afastar
O pesadelo da dormida
E a perdição de quando se acorda
Esperando pelo salva-vidas
Para que a angústia estampada nas faces não seja...
Ilimitada.

sábado, novembro 26, 2005

Choque

De vez em quando eu descubro algumas coisas, relevantes ou não.
Nesta madrugada eu fiz uma descoberta aterradora.
Simplesmente assombrosa.
Mas tão doce, tão linda, tão verdadeira, tão tocante, tão desesperadora...
Que eu tive uma crise de choro.
Há dois meses e treze dias eu não chorava.

E eu não imaginava que essa história voltaria a me comover até a alma.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Histórias Mal Resolvidas

Hoje vamos falar de histórias mal resolvidas. Não sei se a sua vida já teve algum caso assim, uma intriga de família, uma amizade perdida, um namoro mal acabado onde alguém ficou sem entender nada mas também nunca quis mudar a situação depois. Muitas pessoas vivem com um nó na garganta por não terem agido de determinada forma em algum momento da suas vidas e agora não podem mais voltar atrás para mudar. Imagino como isso é ruim.
Se você pudesse voltar atrás, o que você faria? Tentaria não brigar? Pediria desculpas? Retomaria o contato que se perdeu? Mudaria a história? Ou prefere deixar as coisas como estão? Lembro-me do filme “Corra, Lola, Corra”, onde existem quatro finais diferentes para a mesma história. Todos os finais dependem de atitudes simples de um dos personagens: um gatilho disparado acidentalmente, um descuido ou um passo na hora certa. Na nossa realidade, as mínimas coisas que destroem também podem construir, depende de como nós queremos que tudo termine, ou não. Mas mesmo que não termine do jeito que queremos, pelo menos poderíamos bater no peito e dizer que tentamos. Você tem coragem de tentar?
Eu vivo entalada com um caso mal resolvido. É uma história que já teve duas partes e poderia existir o encerramento. Mas confesso que ainda não tive coragem de continuar. Já até sonhei com esse final, eu queria muito terminar tudo isso dizendo a alguém algo que eu deveria ter dito há tempos, mas o que eu tenho a dizer pode gerar conseqüências... É uma verdade que poderá fazer sorrir e também sofrer. Indignada, quero confessar em público a minha fraqueza. Tenho sido covarde! Como me detesto nessas horas! Será que o que acabei de dizer no parágrafo anterior é para mim mesma? SERÁ QUE EU TENHO CORAGEM PARA MUDAR AS COISAS?
Eu ainda espero me reconhecer, não nasci para deixar a vida me levar e as coisas não podem (não) terminar assim. Está na hora de fazer alguma coisa, pois se é apenas um filme que estou vivendo, por mais que seja adiado, ele terá de ter um final. E se eu sofrer, que custa? Depois de enxutas, as lágrimas não mais existem, e o vento levará minha dor embora.


“When everything feels like the movies, Yeah, you bleed just to know you’re alive(…) When everything is made to be broken, I just want you to know who I am...” (Goo Goo Dolls - Iris)
(“Quando tudo é como nos filmes, você sangra apenas pra saber que está vivo(...) Quando tudo é feito para ser quebrado, eu só quero que você saiba quem eu sou...”)

domingo, novembro 20, 2005

Ah, Muleque!!

Ele me ligou dizendo que está namorando. Ah, muleque!!! Infame... Por duas vezes insinuei que estava interessada no moço, mas ele, quando não se fez de desentendido, estava de olho em alguma das minhas amigas. Depois vinha lamentar os foras no meu ombro. Era chato ficar consolando, mas eu nunca liguei que isso acontecesse, afinal eu amo o meu amigo independente de ele ser amigo-irmão, amigo-amigo ou amigo-amante.
Ele me disse que estava cansado de levar foras das meninas deste bairro. Claro, certamente porque não escolheu a menina certa. Aí foi arrumar namorada em outro lugar, justo agora que estou solteira. Se tivesse tentado sair da cidade, tinha dado de cara comigo. Mas eu ainda continuo por aqui e talvez ele nunca mais me enxergue, até porque torço para que isso não aconteça. Ele teve dois anos para me notar, mas já que preferiu as outras e encontrou uma cidadã interessante além deste distrito, que seja feliz com ela.
Eu também estou tranqüila, agora que acabo de também eliminá-lo da minha lista: era a terceira e última pessoa próxima que eu seria capaz de amar. Portanto, vou continuar me contentando em amar alguém que não conheço... isso é muito estranho! Parece uma contradição minha, mas não é. Tenho vivido com esta sensação há alguns anos, e embora os tempos já sejam outros, o sentimento é o mesmo todos os dias, e o que eu tenho guardado dentro de mim não é brincadeira. Já tentei por algumas vezes abrir uma válvula de escape, desabafar um pouco desse sentimento com um ou outro namorico, mas não dá certo e eu continuo sufocada. Já tentei desistir de amá-lo, transferir esse sentimento para outro homem, mas simplesmente não consigo. É frustrante procurar um tipo que se pareça com ele, alguém em quem eu consiga identificá-lo. Não consegui encontrá-lo na escola e em nenhum outro lugar próximo. Às vezes acredito que ele tem tais e tais características apenas no sentido figurado e por vezes tenho certeza de que ele é assim na realidade.
Aí você indaga, “espere aí, que papo é esse de que você não o conhece, mas sabe como ele é?” É verdade, eu não sei quem ele é, mas eu o conheço de alguma forma... sobrenatural eu diria. Eu estarei ao mesmo tempo mentindo e falando a verdade se disser que já o vi, sei que isso aconteceu em algum momento da minha vida. Visão, overdose, delírio, vidência ou sonho, não sei, só sei que quando me dei conta era manhã e eu estava sozinha no meu quarto com uma leve dor de cabeça. Na fantasia ou na realidade, nunca esquecerei nenhum único detalhe dos momentos que estive com a criatura, onde quer que tenha sido.
É bem verdade que hoje ele deve estar diferente, afinal eu também mudei bastante. O cabelo, o perfume, o corpo, os hábitos, o quanto ele mudou? Não importa, eu o reconhecerei prontamente quando e se encontrá-lo. Como ainda não sei seu nome, chamo-o de Anjo, pois foi no paraíso que me senti enquanto estive a seu lado.

Não é por nada, mas... as vezes tenho certeza que ele existe!