Lado K

Aquele lado do Karamba, do Kct e "K"etc., que assim como vocês, eu também tenho.

sábado, janeiro 28, 2006

.:: TUDO ACONTECE EM RUNAWAYTOWN ::. Capítulo 2 - Esquecendo Jim

Três dias depois. Jim não ligara, não mandara e-mail e nem deixara recado na secretaria eletrônica. Contatei então sua irmã mais velha, Juliette, que estranhou quando perguntei pelo rapaz. “Na verdade ele partiu sem muitas explicações”, ela disse, “Até pensei que você soubesse mais sobre ele”. A moça me prometeu então que na próxima vez que se falassem, ela pediria para que ele me ligasse.
Uma semana depois e Jim não deu sinal de vida, até que um dia, pela manhã, acessei a secretaria eletrônica do meu telefone de Nashville. Havia um recado de Jim, que dizia: “Oi querida, obrigada por perguntar a Juliette por mim. Eu estou bem... Tchau!”. Fiquei furiosa. Pior do que não ligar, era deixar um recado daquele. Jim é um cara excêntrico, mas dessa vez ele foi egoísta. A mensagem da secretária eletrônica fornecia o meu número em Los Angeles e, portanto, Jim não me ligou porque não quis. E eu também não ia correr atrás dele. Melissa me ouviu esbravejar, sem dizer nada. Pensei que talvez ela nem tivesse mesmo o que dizer, mas quando corri para o quarto e me joguei na cama, as lágrimas já escorrendo pelo rosto, Melissa entrou logo atrás e sentou-se ao meu lado. Alguns instantes depois ela disse:
- Criança, se o Jim não quisesse mais ficar com você, porque ele não te falaria? Vocês sempre foram tão sinceros com relação a isso... E você sabe, os homens são mesmo complicados principalmente quanto a relacionamentos. Eles às vezes preferem sofrer sozinhos e não dizer nada a ninguém. E é importante considerar que ele passou uma boa parte da infância em Kentucky, e agora perdeu o avô...
- Não existem só os avós de Jim em Kentucky! – resmunguei.
- Ei... Você acha que ele foi lá para te trocar por outra? Ora Krystal, você nunca se mostrou ser ciumenta, pensei que confiasse o bastante nele...
- Mas eu sempre confiei!
- Não adianta você ter confiado por sua vida inteira e na primeira vez que o vê longe e sozinho com seus botões começa a pensar coisas. E se ele estiver mesmo com outra, o que você vai fazer? Nada, não é? Você mesma diz que se deve respeitar as escolhas de cada pessoa. Eu sinceramente não acredito em traição e não quero que pense nisso também, aliás, não foi para isso que você veio para cá. Vá se divertir que é melhor.
Melissa me deixou só e foi limpar a cozinha. “Ela deve estar com a razão”, pensei. Permaneci deitada por algum tempo, mas logo levantei e saí. Aluguei uma scooter, comprei o cd inspiracional de “As Crônicas de Narnia” e o último cd da minha banda favorita, Petra. Se houvesse outra coisa que eu quisesse muito, também compraria só para esquecer o Jim. Mal comi na hora do almoço e passei o resto da tarde ouvindo música, mas foi uma boa terapia.
No dia seguinte, uma leve brisa entrava pela janela entreaberta e balançava levemente as cortinas enquanto eu ajudava Melissa a preparar o almoço até que o telefone tocou. Era Vanessa Paradis. Ficou sabendo por Mark que eu estava na cidade, e ligara para conversar. Lamentou por eu estar triste com Jim e contou que deixara os filhos em Nova York com uma tia e fora para LA em razão dos compromissos de Johnny. Quando conversamos sobre música e nossos trabalhos, nada foi dito sobre o senhor Blanchard, mas ela afirmou sempre ter meu cd por perto. Ao final da conversa, ela me fez um convite, que aceitei prontamente:
- Venha jantar com a gente amanhã. Volta e meia tem algum amigo de Johnny por aqui, mas não há nenhum problema com isso. Vai ser um prazer recebê-la, e pode trazer Melissa se quiser.
Assim, eu teria um programa diferente na sexta-feira à noite. Melissa se recusou a ir comigo, dizendo que sua timidez a faria passar vergonha na frente dos Depp. Bem, ela teria que começar a se acostumar com os meus amigos famosos, mas resolvi deixá-la à vontade. E ela insistiu em dizer não.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

.:: TUDO ACONTECE EM RUNAWAYTOWN ::. Capítulo 1 - O Primeiro Contato

Vocês já ouviram falar em "fan fiction"? Resolvi escrever uma... "Fan fiction" é uma história fictícia envolvendo uma pessoa famosa que a gente admira. Quanto à história em si, não vou dar mais detalhes porque tudo será entendido a cada capítulo. Espero que seja divertido e que eu não tenha me saído uma péssima escritora de folhetins modernos... Vamos à primeira parte:

Era uma típica tarde de domingo em Los Angeles, e eu estava triste por causa de Jim. Eu não sabia se ele estava querendo me dar uma bota ou compartilhando seus medos quando me disse por telefone, seis dias antes, que temia não estar preparado para o nosso noivado, e por isso ia passar uns dias na fazenda da avó em Kentucky para fazer-lhe companhia e pensar no nosso caso. Segurei firme e não chorei, até porque eu o amava muito e sempre senti o mesmo da parte dele. Talvez o moço não estivesse muito bem, afinal seu avô falecera pouco antes do ano-novo, mas mesmo assim ele me assustou com aquela declaração. Foi então que também larguei tudo em Nashville e aluguei um modesto apartamento na região da grande Los Angeles, para tirar umas férias e me distrair. Meu primeiro cd seria lançado no final do mês e a agenda em breve estaria cheia, e eu não achei graça em começar o ano desse jeito.
No segundo dia, lá pelas três horas da tarde, o telefone tocou e pedi que Melissa, a empregada, fosse atender:
- É pra você, um tal de Orlando – Ela disse.
Hesitei por não conhecer ninguém com esse nome, mas atendi. A voz do outro lado disse:
- Alô, Krystal? Meu nome é Orlando Blanchard, sou amigo da Vanessa Paradis, tudo bem?
- Oi Orlando, é um prazer. (Ah sim, a Vanessa... Conheci a senhora Johnny Depp através do meu produtor, Mark Heimermann).
- O prazer é meu... Sabe, estive recentemente na casa dos Depp e Vanessa está sempre ouvindo suas músicas. Quero dizer que também gostei muito do seu trabalho e da maneira que você se expressa sobre a vida, Deus e o amor, além do que o seu rock and roll é ótimo. Nunca ouvi música assim vinda do Brasil, fui ingênuo em pensar que a praia de vocês fosse bossa nova e canções de carnaval. Gostaria de saber também quando será o lançamento oficial do cd.
- Obrigada, Orlando, fico feliz por ter gostado das músicas. Na verdade o Brasil é mais conhecido pelo samba, o batuque e o carnaval, mas tem também o pessoal que gosta e faz um pouco de rock n’ roll... Não tão bem quanto aqui na América, e por isso nos sentimos lisonjeados com a boa aceitação da crítica. O lançamento do cd será dia 31 de janeiro, inclusive confirmei com a gravadora hoje de manhã. Se você puder informar Vanessa, eu agradeço.
- Bem, ela nem sabe que estou falando com você... Eu estava lendo o release que estava junto com o cd e anotei seu número. Mas darei o recado a ela se a vir por esses dias.
- Se for possível...
- Imagine, é um prazer. E obrigado por me atender, eu não costumo contatar pessoas desconhecidas, mas achei que deveria te ligar para comentar o seu trabalho e desejar muito sucesso.
- Eu agradeço muito mesmo, sinceramente. Eu não estaria aqui se não fosse por Deus e pelas pessoas que admiram e ajudam a divulgar minha música. Foi ótimo falar com você.
- Então até breve, Krystal!
- Até!
Comentei com Melissa, e ela me perguntou se esse cara era algum músico. Eu nem lembrei de perguntar o que o amigo da Vanessa fazia da vida, o que, aliás, não era da minha conta. O que importava era que o cara gostou do meu trabalho, mas Melissa não se convenceu muito e nem explicou por quê. Eu também não estava interessada em saber, ela costumava cismar à toa.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Um Ano de Lado K

O tempo passa rápido, mas não vou dizer que mal posso acreditar que já faz um ano que abri este blog. Lembro-me de como senti e vivi intensamente cada momento desde então, e portanto, tenho a exata noção deste tempo. Lembro-me de cada alegria, cada tristeza e cada sentimento descritos nesses posts. Ora realidade, ora ficção, ora os dois juntos, me sinto satisfeita por cada linha escrita.
Agradeço à Deus, à minha família, aos amigos e aos meus "musos inspiradores" que me fazem trazer à tona um lado meu que nem sempre é patente... sem vocês, talvez o meu "Lado K" continuasse tão obscuro quanto a ausência de luz. Obrigada!!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Por Que Você Ama Quem Você Ama?

Estive me perguntando... Por que a gente ama quem a gente ama? Existem aqueles que a gente ama porque moram com a gente, ou tem alguma história em comum... Mas existem algumas criaturas que povoam nosso coração por motivos que desconhecemos. Estava pensando em conjeturar sobre isso, até que por acaso me deparei com esta frase:

"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba;
Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona...
Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação!"
(Autor Desconhecido)

Não preciso de outras respostas. Amarei, e não perguntarei a razão. Finalizo com outra frase, do filósofo Pascal:
"O coração tem razões que a própria razão desconhece".